segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Então.....o estado é laico!

Senhores acompanhamos as eleições e temos a primeira presidenta do Brasil. E acompanhamos também algumas coisas que são dignas do nosso comentário. Observamos lideres religiosos, tomarem a frente  em alguns debates e discursos políticos, além também de se observar uma verdadeira satanização de alguns candidatos. Aí vem uma questão: isso é correto? É papel da igreja de Cristo se envolver em debates políticos?

Gostaríamos aqui, de forma singela esclarecer algumas coisas. Primeiro afirmamos que o estado brasileiro é laico desde a primeira constituição republicana em 1891, ou seja, não pode benificiar nenhuma religião em detrimento de outras , antes deve garantir a plena liberdade de culto de quaisquer seguimento religioso. 
Nossa constituição garante isso em seu artigo 5º. Isso é um fato. Assim qualquer tentativa de beneficiar um grupo de fieis em detrimento de outro está errado, é algo ilegal, pois o estado corre o terrível risco de se tornar  uma ditadura fundamentada na religião, o que ocorre em alguns países mulçumanos.

Acontece que em alguns momentos, seja de forma sutil, ou mesmo de forma descarada, algumas lideranças evangélicas querem transmitir a idéia de que elegendo parlamentares evangélicos, eles irão governar para o povo evangélico, ou mesmo votando contra certo grupo de pessoas, o povo de Deus estará ganhando,ou seja, querem de forma descarada instituir um voto de cabresto gospel. Isto não é bem assim. um político evangélico não deve governar para a igreja, isso quem faz são as autoridades eclesiásticas constituídas por Deus(Hb13.7) e quem governa a igreja é Cristo caros senhores. O político evangélico governa para a sociedade, ele não representa Deus mas sim o povo, pois o estado é laico. É claro, que este representará sim os interesses do povo de Deus e deve fazer isso, pois o cristão é um cidadão do estado, e a igreja está inserida na sociedade, mas jamais querer com isso criar privilégios ridículos para a igreja. Jamais deve debater questões religiosas no parlamento, lá é local pra se discutir política e não pontos de vista teológicos, os parlamentares católicos ou evangélicos que assim fazem estão sendo ou foram instruídos de forma equivocada e não possuem os verdadeiros argumentos para este tipo de debate. Sabemos com toda certeza que o aborto é condenado na bíblia sagrada e é sim um pecado, mas isso é ensinado na igreja, no parlamento ou senado precisa-se usar outros argumentos, e não o argumento religioso, e isso envolve outras questões como a homossexualidade e por ai vai, porque lá existem ateus, agnósticos, pessoas de credos diferentes que não comungam com a fé cristã e não estão aguentando mais o discursso religioso e que se torna na maioria das vezes um discurso hipócrita, e sem sentido que não irá beneficiar ninguém.

Paulo ensinou uma questão importante em Romanos 13, a submissão as autoridades, ensinou orar por elas (1 Tm2.1,2), respeitá-las e obedecê-las enquanto elas não interferirem em nosso credo pessoal ou em nossa liberdade religiosa. E o interessante é que a história nos ensinou que o ideal é sim ter um estado laico, pois a igreja reunida ao estado cometeu inúmeras atrocidades além de se desviar completamente do evangelho de Cristo. Assim que Constantino, o último imperador romano, decide “legalizar” o cristianismo, vemos a igreja tomando um rumo sombrio em sua história,quando ela aprende a ter a ambição por poder , status, riqueza terrena, aprende a matar com a chamada santa inquisição que foi estritamente diabólica ao invés de santa, aprende a odiar e a fazer acepção de pessoas e todas as outras desgraças possíveis. A igreja de Cristo, que carregava consigo a pregação apostólica, tornou-se imoral, herética, e vaidosa. Por motivos assim Deus levantou reformadores que se revoltassem com tudo isso e procurassem um retorno as origens. Agora hoje nos assusta ver lideres religiosos quererem agir da mesma forma, procurarem posições políticas em busca de poder e status terrenos, são um bando de mercenários, que querem transformar o reino de Deus em uma vendola barata, é um absurdo.

Sim devemos eleger candidatos evangélicos, mas, para que estes representem o povo, a sociedade, e quando for indagado por questões polêmicas que não use o discurso religioso, mas que use argumentos éticos, morais, científicos para justificar seu posicionamento, pois isso tem de sobra. Existe inúmeros argumentos éticos e científicos contra o aborto e outras questões polêmicas, use eles, chega dessa alienação medíocre.

O mundo é transformado pela pregação da palavra de Deus amigos, a igreja zela pelo que é honesto não sendo privilegiada pelo estado para se envolver em escândalos políticos, ela zela pelo justo propagando e vivendo o evangelho, dizendo sim o que é errado e o que é pecado, permitindo que o indivíduo escolha seu caminho, pois, nenhum individuo é transformado por argumentos políticos recheados de um tom religioso. Se mesmo depois ouvirem a mensagem da cruz, a sociedade quiser se degradar, que se degrade, que se apodreça, mas que a noiva do cordeiro se limpe dia apos dia ,que salgue dia apos dia, que seja uma luz brilhante no meio dessa terrível escuridão.

O povo de Deus precisa ser instruído de forma correta, nenhum governante hoje pode rasgar a constituição federal e desrespeitar a liberdade religiosa, nenhum líder político pode querer fechar uma igreja só por que não gosta dela  e todo cidadão deve compreender que quando ele escolhe fazer parte de uma igreja local ele deve obedecer  as normas apregoadas ali, o que é ensinado ali, e a igreja tem a liberdade de ensinar seu credo a todos que quiserem ouvir, e se estiver descontente, que o individuo procure outro lugar. E assim sendo nenhum político evangélico pode também querer rasgar a carta magna e colocar sua igreja acima da sociedade que representa. Devemos sim como cristãos genuínos, votar em candidatos cristãos, porém, candidatos que tenham sabedoria para agir na vida pública. Senhores, mais uma vez repito, o estado é laico, não esta ligado a igreja nenhuma, o púlpito não é palanque, culto não é comício, é claro que o pastor como líder deve orientar seu rebanho, mas para exercer a cidadania política de forma correta, sem esconder nada, sem incoerências pois o cristão é também um cidadão terreno, paga impostos e deve usufruir de seus direitos políticos, porem precisa assim saber qual a melhor forma de exercer seus direitos não se esquecendo de seus deveres.

Senhores, vamos encerrar dizendo que trazer o reino de Deus a terra não é colocar a igreja governando junto com o estado como crêem alguns, Cristo não veio fazer reforma política, ele veio salvar e buscar aquele que se perdera(Lc19.10), trazer o reino, não é lutar com carne ou sangue, mas lutar contra potestades e principados(Ef6.12), trazer o reino de Deus, é falar do amor de Cristo, é inserir isso nos corações humanos, dizendo que todos possuem  a oportunidade de salvação e redenção. Que possamos cumprir nosso papel sempre como cidadãos políticos, mas jamais nos vendermos para as vaidades desse mundo, e sim, ter consciência de que o debate político é político e se prestarmos atenção Deus já nos deu argumentos certos para influenciarmos esse país  para o bem.

Que Deus abençõe a todos em Cristo Jesus!

8 comentários:

  1. Curti demais esta postagem, mehor que aoutra...e tacertinho..noa tem que ninguem ficar falando de politica dentro de igrejas nem no plenario

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  2. olha concordo sim com tudo isso aí
    nessas eleições muito pastor falou besteira, e a verdade foi esquecida

    felipe cornelios

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  3. OLHA,EU ACHO SIM QUE LIDERES RELIGIOSOS PODEM INFLUENCIAR MAS A IGREJA SE DIVIDIU NESSAS ELEIÇOES, MUITO ESTRANHO
    MUITO BOM ADOREI A MATERIA


    ALINE SANTOS

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  4. O texto foi bem elaborado e com referências relevantes. Temos argumentos científicos, morais e éticos sim! E não podemos ser religiosos, e espiritualizar tudo. Viver o natural, olhar o natural...existem pessoas que não vivem nem o básico da vida cristã e ridiculariza o evangelho usando este como forma de se promover e alcançar poder, como citado no texto (muito bem citado, por sinal) que historicamente foi a razão de muitas atrocidades. Enfim, que possamos nos esvaziar de nós mesmos, principalmente da religiosidade, e possamos ser cheios Dele e de sua sabedoria. Só ressaltando, a prática da cidadania e controle social é fundamental e necessária para construção de uma sociedade mais justa e menos alienada.

    Rafaela

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  5. MUITO BOM O TEXTO
    OLHA O NATÃ EU DESCONFIO QUEM SEJA, MAS QUEM É ESSE ZADOQUE?????
    rsrs
    QUE DEUS ABENÇOE MUITO VCS!!!!!!!

    CARLA

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  6. SINCERAMENTE, GOSTARIA DE SABER QUAIS SÃO EUS ARGUMENTOS ÉTICOS ACERCA DO ABORTO E ACERCA DO CASAMENTO HOMOSSEXUAL!

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  7. Ola, gosto quando um assunto levanta outras questões,iremos postar sobre Aborto e Casamento Gay, que acredito, deverá interessar a todos, visto que temos, varias divergências tanto jurídicas quanto eclesiásticas. e mais uma vez obrigado por esta observação.

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  8. SICERAMENTE FALANDO CREIO QUE O ABORTO É MUITO MAIS UMA QUESTÃO POLÍTICA DE SAUDE PÚBLICA DO QUE RELIGIOSA,VIVEMOS EM UMA SOCIEDADE ESTREMAMENTE HIPOCRITA QUE PROCURA MAQUEAR OS PROBLEMAS SOCIAIS USANDO CERTOS DISCURSOS RELIGIOSOS E MORAIS.NOSSA SOCIEDADE ESTÁ LONGE DE TER UMA VISÃO MORAL DAS COISAS, POR ISSO EU MESMO SENDO CRISTÃO SOU SIM A FAVOR DO ABORTO EM CERTAS SIRCUNSTANCIAS, E TODOS PRECISAM COMPREENDER QUE NÃO É SOMENTE UMA QUESTÃO MORAL COMO JÁ FALEI, A SOCIEDADE BRASILEIRA PRECISA ENCARAR ESSE DEBATE DE FRENTE, DA FORMA CORRETA, COMPREENDENDO TUDO O QUE ELE ENVOLVE.

    Flavio

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